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Informações

Introdução

Nesta seção você encontrará entrevistas exclusivas com várias personalidades, sejam elas cantores ou pessoas envolvidas na produção e/ou licenciamento da série.

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William

William

Ele é o primeiro cantor da série e fez sucesso na década de 90 junto com a Larissa Tassi, com a dupla Larissa e William. Como a série completou 20 anos da sua primeira exibição no Brasil em 2014, fizemos questão de ir atrás do cantor e conseguimos uma entrevista super bacana e descontraída, realizada no dia 15 de novembro de 2014, quando ele foi o convidado do dia no Festival de 20 anos da série realizado pela PlayArte. Sobre o evento, antes do início da exibição dos episódios da Saga de Poseidon (programação do dia), William foi chamado à frente do cinema para falar com os fãs, afinal ele não fazia uma aparição para o público da série desde o final da década de 90, e foi muito aplaudido. Ao término da exibição dos episódios ele ficou disponível para fotos e autógrafos no lobby do cinema. Mais de 100 fãs fizeram questão de participar deste momento nostálgico, tirando inclusive fotos com o disco de ouro (sim, o cantor levou este raríssimo item para apreciação de todos).

Rap do Zodíaco!

Na entrevista, William nos contou curiosidades da sua carreira como cantor, como lidava com a fama e o que fez quando a dupla se encerrou.

Além disso, William fez questão de autografar todos os três LPs da série que temos (o normal e os dois singles). Aliás, falando sobre o single "Rap do Zodíaco", o disco é o item de memorabilia dos Cavaleiros do Zodíaco mais raro do Brasil, na nossa opinião. A questão é que a tiragem foi pequena e não era vendido na década de 90, era distribuído apenas para funcionários da Sony Music (descobrimos que a Larissa e o William possuem um, mas na versão CD, na versão LP só sabemos da existência do nosso mesmo). Foram quase 20 anos pra conseguir achar um e o valor estimado é de cerca de R$ 2.000,00. A segunda curiosidade sobre o disco é que a música contida nele é realmente uma rara versão gravada pela Larissa e William. Como todos sabem, originalmente a música "Rap do Zodíaco" não foi gravada por eles e sim por Rodrigo e Felipe, filhos da cantora Sarah Regina (Guardiões do Universo) e do Mário Lúcio de Freitas (dono da extinta Gota Mágica). Depois de 20 anos, com total excluvidade, escute esta raridade:


Pergunta 1: William, antes de mais nada obrigado pela entrevista. Conte-nos um pouco sobre sua carreira, o que você tem feito desde que gravou as músicas dos Cavaleiros do Zodíaco na década de 90?

R: Primeiramente agradeço a oportunidade, fico feliz pelo evento em si. Depois que a dupla Larissa e William terminou, tentei carreira solo, fiz alguns projetos junto com minha mãe, que era minha empresária, mas depois acabei me distanciando um pouco da área artística e acabei tendo uma vida normal de uma criança normal, estudando e tudo mais. Depois de adulto, acabei casando e tendo filhos.

Pergunta 2: Você sempre foi fã de Cavaleiros do Zodíaco?

R: Sim, sempre, mas um fato muito engraçado aconteceu comigo na época. Eu não era para ser o cantor de Cavaleiros do Zodíaco, fui fazer o teste para o novo "Trem da Alegria" (grupo musical), eu e a Larissa passamos, mas acabamos sendo direcionados para cantar as músicas dos Cavaleiros do Zodíaco. Lembro até hoje que o produtor da Sony Music na época falou que a gente iria gravar as músicas da série e me perguntou o que eu achava disso. Como eu não era de assistir os episódios, achava o desenho chato. Foi só aí que comecei a assistir os episódios pra ver se a música que eu cantava passaria, mas não passava. Ai no outro dia assistia de novo e nada, e nessa, obviamente, acabei virando fã e gostando demais. Hoje sou fã de carterinha, acompanho tudo o que foi e está sendo lançado nos últimos anos: Saga de Hades, Lost Canvas, Ômega, tenho todos os mangás da série clássica, Episódio G, Lost Canvas etc. Sou fã do CavZodiaco também, todo dia entro no site, desde 2008.

Pergunta 3: Como você vê hoje o mercado de animes?

R: Vejo como antes de Cavaleiros do Zodíaco e o pós Cavaleiros do Zodíaco. Antes as emissoras de TV mal valorizaram os animes, mas depois do turbilhão que foi CDZ, tudo mudou. Os próprios eventos de anime surgiram, já fui inclusive uma vez em um Anime Friends. Meu filho gosta bastante, é viciado também. O problema é que agora voltou a ser muito pouco explorado, as emissoras de TV deixam de ganhar exibindo CDZ e outros animes.

William e Larissa durante a apresentação em um dos programas!
William e Larissa durante a apresentação em um dos programas!

Pergunta 4: Voltando a década de 90, infelizmente existem poucos registros em fotos e vídeos das coisas que aconteciam na época. Vocês participaram de programa da Xuxa, da Hebe, conte-nos mais sobre isso.

R: Sim, sim. Fomos na Xuxa, Hebe, Raul Gil na época da Record, Angélica na época do SBT, Programa Live. Na verdade praticamente todos os programas da época nós fomos, lembro que não fomos no Domingão do Faustão e no Domingo Legal apenas. Lembro também que no primeiro programa de TV que fui eu tremia que nem "vara verde". Eu estava muito nervoso, apesar de eu já ter uma carreira mirim antes de Cavaleiros do Zodíaco, embora não uma coisa concreta com gravadora e tudo mais, participava muito de concursos, mas naquele momento foi um baque, um baque bom, gratificante, adorei participar de tudo isso, mas toda vez que estávamos nos bastidores, perto de entrar no palco, era aquele nervosismo. E claro, éramos sempre bem recebidos pelo público e pelos fãs, isso era muito bom.


Pergunta 5: Qual foi o primeiro programa de TV e o mais marcante?

R: Acredito que o primeiro foi na TV Gazeta, o Sula Miranda Show. Foi o que lançou a gente, mesmo porque o grande detalhe também é que o CD dos Cavaleiros do Zodíaco era um CD de coletânea e, por ironia do destino, eu e a Larissa cantamos a primeira e a segunda faixa do disco, que são as que mais acabaram se destacando, por causa disso que decidiram lançar a dupla. Aí lançaram a gente em TV, rádio etc. Ficamos em primeiro lugar na Gazeta FM por muito tempo, enfim, foi ótimo.

Pergunta 6: Vocês chegaram a cantar no Circo dos Cavaleiros do Zodíaco, uma grande atração que aconteceu também na época?

R: Sim, a gente fez um show no circo em uma edição em São Paulo. Foi muito legal também!

Pergunta 7: Conte-nos como vocês ganharam o disco de ouro, em que situação, como foi?

R: Foi no Programa Livre, com o Serginho Groisman na época do SBT, nunca me esqueço, foi muito marcante. Estávamos ao lado de Sandy e Júnior e grandes artistas que já estavam consolidados e no auge. Fizemos a nossa apresentação, cantamos a música principal da série e em determinado momento da entrevista eles entraram com o disco de ouro. Os nossos produtores não tinham avisado, foi tudo na surpresa mesmo. Você não espera aquilo, apesar de que você tem uma noção da vendagem de discos da época, tem a noção do sucesso e que teria um disco de ouro e um de platina, mas acabou sendo na surpresa mesmo. Na época ganhar um disco de ouro era muito especial, foi uma das melhores coisas que me aconteceu. Infelizmente não há registro disso em vídeo (antigamente tínhamos isso gravado em VHS, mas acabou se perdendo com o tempo).

Disco de Ouro dos CDZ Disco de Ouro dos CDZ Disco de Ouro dos CDZ
Fotos do Disco de Ouro dos Cavaleiros do Zodíaco!

Pergunta 8: Como que era o ritmo de shows na época? Vocês trabalhavam muito pelo que sabemos.

R: Trabalhavamos demais, chegamos a fazer três shows por dia numa época, era frenético. No mesmo dia tínhamos que estar no Rio de janeiro, Santa Catarina e de repente estar em Goías. Era cansativo, afinal éramos crianças, teve show de um fazer passando mal, mas tinha que fazer, mesmo assim eu adorava fazer aquilo. Os shows tinham 1 hora e 30 minutos mais ou menos, nos shows, além de CDZ, nós cantávamos alguns sucessos infantis também da época.

Pergunta 9: Qual foi o show mais marcante?

R: Foi o do Canecão, no Rio de janeiro. Em Campina Grande, na Paraíba, também foi muito especial, nesse caso fizemos o show no mesmo palco que o Roberto Carlos cantaria um dia depois. Agora o maior de todos foi em Palmas, Tocantins, com cerca de 100 mil pessoas, não se conseguia ver do palco até onde iam os fãs, era um mar de gente. Devo ter algum registro disso em fotos. Além disso é curioso lembrar disso tudo agora, minha mãe vire e mexe fala que já fomos em tal cidade e eu acabo não lembrando, eu era uma criança na época, mas a gente viajava muito. Fizemos show no Beto Carreiro World.

Pergunta 10: Quando foi que a dupla terminou e como foi para você quando a ficha realmente caiu e você percebeu que a dupla tinha acabado?

R: Acabou exatamente no final de 1996. Foi quando nós gravamos o segundo CD, que era o "Mundo Mágico de Beto Carreiro", gravamos todas as faixas do CD, mas por algum motivo não deu certo, não vendeu o que Cavaleiros tinha vendido e a gravadora decidiu reincidir o contrato quando a Larissa foi no Programa Livre, quando ainda éramos uma dupla, e ela já anunciou o fim da dupla. Aí a Sony Music encerrou a dupla. Depois disso eu e minha mãe tentamos fazer um projeto solo, conforme falei no começo da entrevista, juntando o CD dos CDZ e do Beto Carreiro em um show só, chegou a dar certo no começo, chegamos a fazer show em Barretos, Festa do Peão de 1997, tudo eu e minha mãe organizando. Inclusive era ela que fazia as fantasia dos shows dos CDZ também, ela costurava tudo (se ela fizer algo relacionado a cosplay hoje em dia vai dar certo rs). Por conta da gente tomar a frente de tudo, entenda-se financeiramente também, tivemos que nos afastar um pouco. Aí acabei me dedicando mais aos estudos e seguindo a vida de uma criança normal.

Pergunta 11: Como foi essa transição de cantor para uma vida normal?

R: Não foi um choque e nem difícil, só voltei a ter aquela vida normal que tinha antes de CDZ. Claro que você vai se acostumando novamente com o anonimato, mas nada traumático como a gente vê com outros cantores aí que começam a aprontar, enfim. Sempre tive uma estrutura boa em casa, minha mãe sempre me apoiou, sempre esteve ao meu lado.

Pergunta 12: Ficou alguma mágoa com alguém ou até mesmo com a Larissa?

R: Não não, não tenho mágoa alguma com ninguém. Na época eu e a Larissa tínhamos até uma amizade, por estarmos sempre juntos, mas não há mágoa alguma. Hoje só não temos muito contato, só por redes sociais basicamente. Nos falamos por telefone há uns dois anos atrás, mas muito pouco mesmo.


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última atualização realizada em: 13/04/2021