Netflix: estreia do novo Cavaleiros do Zodíaco foi melhor do que se imaginava + leia nossa crítica + podcast ao vivo dia 23 de julho!

📅domingo, 21 de julho de 2019, as 16h19min
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TTS (Text to Speech): agora fãs com algum tipo de deficiência poderão acompanhar as notícias dos Cavaleiros do Zodíaco de uma forma mais acessível. Basta clicar no botão "play" para escutar! Aos poucos iremos aprimorando a pronúncia de alguns termos, padronizando com o que é utilizado no Brasil.

O novo anime dos Cavaleiros do Zodíaco, um remake/reboot em 3DCG pela gigante do streaming Netflix, em parceria com a Toei Animation, finalmente estreou na última sexta-feira, dia 19. Quem madrugou e aguardou até as 4h da manhã, conseguiu maratonar os seis primeiros episódios logo de cara! A sensação de assistir algo "novo" dos Cavaleiros, no primeiro horário e diretamente com dublagem em português tornou a experiência de certa forma bem bacana e especial.

Voltado especialmente para crianças que não conhecem a série ainda (palavras do diretor Yoshiharu Ashino), embora classificado como para maiores de 14 anos, a produção se viu envolta de polêmicas desde a exibição do primeiro trailer, no final de 2018, durante a CCXP, quando os fãs tiveram ciência que Shun passaria a ser uma garota. Eugene Son, principal roteirista, assumiu total responsabilidade e encarou a fúria dos fãs. Inclusive, de forma proposital ou não, mas com muita personalidade, o nome do Eugene Son é creditado na abertura justamente no momento que a personagem surge na tela.

A polêmica inicial incendiou os fãs pela Internet nos meses seguintes de maneira avassaladora. Um marketing não planejado atingiu diversas mídias, algumas até improváveis. Era difícil encontrar algum fã com uma expectativa positiva sobre a nova série, sendo que parecia algo irreversível, como se todo o projeto fosse naufragar quando os episódios estreassem. Entretanto, dias antes da estreia, já dávamos a dica: por mais difícil que possa parecer e explicar, é possível sim para os fãs antigos curtirem esta nova animação. Quem conseguir assistir de mente aberta, sem ficar comparando com a série clássica, pode se surpreender positivamente. É talvez o produto com mais potencial dos últimos tentados para pegar uma nova geração de fãs! Não é uma análise fácil de ser feita, mas por toda a experiência que tivemos nos últimos 17 anos, vendo os dois lados, dos fãs e das empresas, nos deixou confiantes para "cravar" essa. Se vai dar certo ou não talvez ainda é cedo para dizer, mas vimos que a estreia já foi melhor do que se imaginava.

Boa parte dos fãs que estavam muito pessimistas já se mostraram com uma opiniáo mais otimista ou pelo menos amenizaram as críticas. Muito talvez pelo fato de que foram surpreendidos com algumas cenas seguindo fielmente o mangá original do mestre Kurumada ou pela referência inicial ao mangá Next Dimension, com a Armadura de Taça e a representação do Santuário de Atena. Óbvio que está longe de ser uma série incrível, mas também está longe de ser algo muito ruim. Aparentemente o ponto central das críticas continua girando em torno da mudança de gênero do Shun de Andrômeda. Na nossa opinião, o fato de manterem o nome Shun na dublagem brasileira e não terem adotado o nome Shaun piorou a situação. Não há aquele rompimento brusco no personagem que era necessário e na qual acreditamos que o roteirista Eugene Son desejava. Há quem pense o contrário, obviamente.

Sobre a animação, aqui vale uma menção ao trabalho da Terumi Nishii, a character designer deste anime. Ela sempre foi muito fã de Saint Seiya, trabalhou em outras obras como Lost Canvas, Ômega e também em Saintia Shô, podemos ver claramente a paixão e o esforço empregado. Quem acompanha regularmente ela pelo Facebook e Twitter, já imaginava que poderia vir coisa boa com relação a fidelidade dos traços dos personagens. Já com relação a Computação Gráfica, foi uma aposta de todo o staff para o futuro da franquia, visando justamente essa nova geração. Vimos muitos fãs criticando a qualidade do CG, como se fosse uma "animação de PlayStation 2", como algo já datado. Poucos entenderam que isso foi proposital, foi a direção de arte empregada pra alcançar justamente essa "pegada juvenil" tanto desejada. Conversando com pessoas que trabalham na área de CG e entendem mais da questão técnica, deu para ver que trata-se de algo profissionalmente bem feito. Mas o que vale, obviamente, é a opinião de quem assiste e neste caso específico é oito ou oitenta: ou gostou ou não gostou!

Com relação a trilha sonora, essa sim não supreendeu. Quem assinou as BGMs (músicas de fundo) foi Yoshihiro Ike, o mesmo compositor da trilha sonora do filme A Lenda do Santuário (filme em Computação Gráfica lançado em 2014). Classificada como repetitiva na ocasião, parecia claro que não funcionaria bem agora também nas mãos de Yoshihiro. É difícil se equiparar ao Seiji Yokoyama, falecido em 2017, mas talvez a melhor escolha teria sido a de Toshihiko Sahashi, que trabalhou em Ômega, Soul of Gold e Saintia Shô.

A dublagem brasileira parece ser a única questão unânime entre os fãs: excelente, mesmo com algumas mudanças e com alguns pontos de atenção (possíveis deslizes). Publicamos ontem uma matéria completa sobre este assunto, CLIQUE AQUI para ler.

Sobre a história, estava claro também que seria corrido e foi, talvez até mais do que se esperava. Foi necessário também adequar Saint Seiya a algo mais próximo ao cotidiano dos dias atuais, com celulares, Internet e memes. Isso não fez a série escapar também do tão criticado "politicamente correto". Para a nossa geração da década de 90 é muito difícil entender isso, beira até o ridículo, mas faz parte do mundo atual. É algo como: é assim e acabou, aceitem! Paciência. O novo vilão, Vander Graad, foi uma boa sacada, mas do jeito errado. O tempo excessivo gasto fazendo os Cavaleiros lutarem contra um exército incomodou um pouco. OK, já tivemos Cavaleiros lutando contra militares na série clássica, mas aqui parece algo excessivo e parece que o arco do Vander Graad vai continuar pelo menos até a série chegar na luta dos Cavaleiros de Ouro no Santuário, nas Doze Casas do Zodíaco. Isso é um palpite, nada concreto!

Mas há coisas interessantes a se destacar, como a correção das idades dos personagens, sempre muito criticada como algo não condizente com o que se via no anime clássico. Referências a outras séries da franquia estão presentes quase que a todo momento também. O conceito das plaquinhas (Dog Tags) com as armaduras veio para ficar, fato herdado completamente do filme A Lenda do Santuário, embora não tenham descartado completamente as urnas (Pandora Box).

Apesar de toda a correria, um elemento fundamental está lá presente: a questão da amizade, um dos alicerces principais do anime clássico. Mas é só isso também, parece que todo o resto falta!

Hyoga com uma personalidade mais próxima do mangá e enviado pelo Santuário para acabar com a Guerra Galáctica e Shaka aparecendo para o Ikki muito antes do encontro deles no Santuário mostraram que, por mais que quisessem atingir um público mais novo, agradar um pouco o público antigo não é nenhum pecado. Até o pijama do Seiya é um exemplo disso! A cena do Hyoga visitando a sua mãe no fundo do mar, inclusive, foi bem legal. Faltou emoção apenas por não ter uma trilha sonora a altura. A luta do Ikki contra o seu mestre Guilty foi bem interessante, talvez o momento mais "adulto" e "cheio de ódio" dos seis episódios. Tivemos até sangue quando Esmeralda é golpeada. Saori nomeando os Cavaleiros de Atena e eles fazendo um juramento de protegê-la ajudou bastante a simplificar a importância que a deusa tem para os Cavaleiros e para a história. Como não havia muito tempo para se aprofundar na apresentação e na personalidade de cada Cavaleiro de Bronze, toda saída deste tipo é bem-vinda.

Sobre a Guerra Galáctica, ela foi feita de forma clandestina, perdendo todo o "glamour" e importância que teve na série clássica. A ideia não foi de toda ruim e é até entendível que foi feita desta maneira, afinal era algo de suma importância na história, que não poderia ficar de fora, mas que não teria tempo e contexto para uma megaprodução como na série clássica. Aqui vale uma citacão ao fato dela ter sido realizada no subterrâneo de um deserto, provavelmente na divisa entre EUA e México (vide o chapéu mexicano do Seiya). A série da Netflix parece que quis agradar o público de diversas regiões do mundo, como no começo o Seiya andando de skate em uma cidade bem estilo a de Nova Iorque. Faltou talvez uma homenagem a algo relacionado ao Brasil! Já com relação aos Cavaleiros Negros, foi uma saída interessante dentro do roteiro também, mas mal executada e corrida demais. O fato do Cássios ter se tornado um Cavaleiro Negro, ter usado uma armadura mecânica e ter disparado Meteoros (excelente sacada aqui) não incomodou tanto, no caso dele ficamos sem entender porque a Shina o teria abandonado. Sobre as Amazonas, nenhuma mais utiliza máscara. Não há qualquer menção ou explicação sobre isso, péssimo. Pelo menos alguma citação era necessária. Ah, mas a Marin utiliza máscara. Pois é, utiliza, e foi o artifício utilizado pelo staff do anime para esconder que ela é provavelmente Seika. Sim, os indícios são gigantes!

Elmos só na abertura e encerramento, uma pena!

Humor na medida certa, mas não gostamos da tampa de bueiro, desculpem. É engraçada no primeiro momento, mas insistiram demais com ela!

Muitos fãs ficaram com gostinho de quero mais, achando que seis episódios foram muito pouco. Não se preocupem, mais seis episódios deverão ser lançados neste ano ainda para completar a primeira temporada. Nestes seis episódios restantes deveremos ter os confrontos contra os Cavaleiros de Prata, na qual já vimos Misty de Lagarto aparecendo no último episódio desta leva inicial. Teremos uma segunda temporada? Conversando com algumas pessoas da Toei Animation na última CCXP, elas davam como certa já uma segunda temporada. E olha que na ocasião estava longe ainda da série estrear!

Por fim, temos acompanhado as repercussões dos fãs pela Internet. Muitas crianças tem assistido com os seus pais, muitos pela primeira vez por causa da idade, e o que temos visto são comentários bem otimistas e de aprovação. É óbvio que ainda existe uma quantidade gigante de críticas e de fãs que detestaram. Isso precisa ser respeitado e até analisado, para quem sabe tentar aproximar a série dos fãs antigos em futuros episódios e temporadas. Somos "manchetossauros" e gostamos. Se você também é, não tenha medo de dizer que gostou. Aquela mensagem que demos dias antes da estreia ainda ecoa na nossa cabeça: É talvez o produto com mais potencial dos últimos tentados para pegar uma nova geração de fãs! Talvez o teste final seja quando lançarem os bonecos e brinquedos relacionados ao anime. Ou será que alguém tem dúvida que teremos bonecos?

Ah, antes que a gente esqueça: na próxima terça-feira, teremos um postcast ao vivo e especial sobre o anime da Netflix. Anote na agenda, será as 21h. Divulgaremos o link horas antes aqui no site e nas nossas redes sociais!

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